quinta-feira, 4 de março de 2010

Ai,já é Março! Sobre argumento, sinopse, e conto



Eh, eh, eh... Eu tinha me prometido, depois dos posts sobre Poe, não fazer mais nenhum seriado comprido, durante bom tempo... Mas essa hq do Perpétuo demanda espaço! Além disso, traz à mente muitas das minhas conversas com o meu querido Luis Cabral! Porém, pode ser que o amigo leitor esteja chegando agora... Cumpre esclarecer! Os posts todos do corrente trem , desde "Se Richard Corben nascesse no Méier" estão ilutrados não por Corben, mas por seu grande aluno, e meu bom amigo, que não teve tempo de amadurecer, embora tivesse talento pelos ouvidos... Tô falando do grande, do impressionante Luis cabral, com quem cheguei a colaborar e a fazer planos para colaborar muito mais...essa hq que estou postando seriada, que vai Março adentro, é "A Macumba da Rua Uranos", e fui eu que escrevi. Espero que o leitor tenha a paciência de ler a dita aos pouquinhos, na velocidade que estou conseguindo postar, e não aprecie só os desenhos...Em homenagem ao Cabral e a nossos planos interrompidos, não só eu a estou postando inteira, como escrevi um conto inteiramente novo, "Perpétuo bem na hora", que pus no ar em duas vezes, esses dias. Ficou um pouco mais longo do que eu pretendia. É que um conto às vezes parece, mas não é um argumento.Precisou de m ais espaço que o previsto. Já um argumento é um momento inicial; uma história contada com o mínimo de recursos possível, uma anotação para que possa florescer depois em toda a sua pujança final, seja em hq, filme, conto ou peça de teatro. Ou até romance!! Esse é um dos assuntos sobre os quais conversei muito, com o Cabral, que dizia só querer saber se a história era boa. Para que o seja, meu querido, respondia eu, importa, e muitíssimo, a forma como é contada! Uma banalidade, como o sumiço de uma carta, pode dar um conto magistral!!! No caso, estou falando de "A Carta Roubada", sim, aquele do Poe, um dos três que escreveu protagonizados pelo grande C. Auguste Dupin, o primeiro mestre detetive da literatura, o que inaugura a tremenda galeria de tipos da literatura policial, de Sherlock Holmes a Philip Marlowe. Um conto é tão suporte final de uma narrativa quanto uma hq, ou filme ou qualquer das outras das quais falei. Então, por mais curto que seja, inclui as firulas todas que se usa para conseguir verossimilhança ou ao menos suspensão da descrença, esta que é cartão de embarque em qualquer narração, não só as fantásticas.Um arguimento traz a ordem de acontecimento dos fatos. O conto, ou hq, ou filme, que o diga tarantino, pode apresentar esses eventos numa outra ordem completamente diferente da exigida pela sua lógica interna... Ele é o "produto final" que o público vai encarar, ao contrário do argumento (e da sinopse, sua versão curta), que não passam, uhhm...de anotações iniciais!!! Um conto, por sua concisão, diversas vezes, não comporta redação de sinopse, mas estou convencido de que demanda compreensão claríssima, antes de tudo, da parte de quem escreve. Compreensão que às vezes só se conquista durante a carpintaria da redação, mas é indispensável. Um conto que o autor finalmente entendeu é um conto pronto. Enquanto me parece que a compreensão final de um argumento se dá na sua redação enquanto roteiro...ou seja, o argumento fica na cozinha, o conto na sala de visita! Isso tudo pode parecer meio óbvio, mas tem consequências muito fortes para o tratamento final da narração. Sou forçado a dizer que, embora essa reflexão pareça concluída, já que, nesse espaço daqui (assim tem sido) estamos discutindo primeiro quadrinhos, ela vai continuar na próxima sessão sim, pois há sérias consequências (visuais, sim , mas tanto quanto dizer o que se vê é narrar) para os trabalhos criativos que se pode desenvolver...Esxcelsior! Tentarei voltar amanhã! Tente você também ! Abração do -patati! ( o entusiasta)

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